sábado, 24 de outubro de 2009

Beatles For Sale [Mono Mix]

01 - No Reply (Lennon/ McCartney)
02 - I'm A Loser (Lennon/ McCartney)
03 - Baby's In Black (Lennon/ McCartney)
04 - Rock And Roll Music (Chuck Berry)
05 - I'll Follow The Sun (Lennon/ McCartney)
06 - Mr. Moonlight (Roy Lee Johnson)
07 - Medley: a) Kansas City (Jerry Leiber/ Mike Stoller);
b) Hey, Hey, Hey, Hey (Richard Penniman)

As gravações pro novo Beatle-LP começaram por volta de agosto, logo após a gigantesca segunda turnê americana. Como de costume, ao invés do descanso, era preferível garantir um novo lançamento pro Natal... E em 04 de dezembro de 1964 surge Beatles For Sale com essas caras sérias e entediadas com a fama. É um disco beeem mais "rock" que o anterior, garantido por mais releituras de clássicos. John Lennon contribui bastante nesse álbum com sua já citada verve dylanesca, e em "Baby's in Black" seu dueto com Paul era sempre apresentado em shows como "uma valsa" (deviso ao compasso ternário). É também de Lennon a rasgação em "Rock and Roll Music", Mr. Berry deve ter ficado orgulhoso... Se não me engano, "I'll Follow The Sun" era uma canção bem antiga de Paul, que ele aproveitou pros Beatles. É de McCartney o solo de órgão Hammond ouvido em "Mr. Moonlight", mas não foi dele a idéia do "Medley" que fecha o Lado 1. Little Richard, autor de "Hey, Hey, Hey, Hey" é que praticava essa junção com o standard "Kansas City". Paul levou essa idéia aos palcos com os Beatles, e assim ela foi registrada em glorioso vinil.

08 - Eight Days a Week (Lennon/ McCartney)
09 - Words of Love (Buddy Holly)
10 - Honey Don't (Carl Lee Perkins)
11 - Every Little Thing (Lennon/ McCartney)
12 - I Don't Want To Spoil The Party (Lennon/ McCartney)
13 - What You're Doing (Lennon/ McCartney)
14 - Everybody's Trying To Be My Baby (Carl Perkins)

O Lado 2 começa com um fade in, talvez o primeiro sinal de experimentação de técnicas nunca antes ouvidas em estúdio (assim como o feedback em "I Feel Fine"). Assim é a introdução de "Eight Days a Week", que poderia tranquilamente ter sido um tremendo compacto. E as homenagens a seus ídolos do rock ainda ganham espaço: Buddy Holly é realmente um dos artistas favoritos de Paul McCartney - ele teria comprado os direitos de suas músicas (onde eu ouvi isso antes ?!), e Carl Perkins tocou anos mais tarde no disco "Tug of War" do Paul. Mas em 64 ele só assistiu Ringo entoar "Honey Don't" e George a hilária "Everybody's Trying To Be My Baby", outra pincelada do repertório ao vivo. "What You're Doing" pode ser considerada como filler, mas como qualquer coisa dos Beatles, tem seu grau de interesse: o riff de bateria do começo que reaparece ao final da música parece uma clara homenagem a Phil Spector e o sucesso das Ronettes "Be My Baby" - música favorita de Brian Wilson, que John Lennon gravaria em 1975 no seu disco "Rock 'n' Roll".

15 - I Feel Fine (Lennon/ McCartney)
16 - She's a Woman (Lennon/ McCartney)

Naquela 'nóia' de não repetir músicas dos álbuns em singles (pelo menos não sempre hehe), ao invés de lançar "Eight Days a Week", os Beatles sacaram mais duas canções, e esse compacto sairia na verdade uma semana antes do álbum, em 27 de novembro. E que belo aperitivo. A introdução seminal (e acidental) de "I Feel Fine" traria consequencias definidoras da estética rock por muitos anos na frente. O riff de guitarra que se segue é instigante, o som deles parece cada vez menos convencional, mesmo que na forma, seja tudo previsível e a gosto do freguês. No Lado B, mais um filler by McCartney, mas tudo bem, we love him anyway...

Total Time:
41:04

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domingo, 18 de outubro de 2009

A Hard Day's Night [Mono Mix]

01 - Can't Buy Me Love (Lennon/ McCartney)
02 - You Can't Do That (Lennon/ McCartney)

Lançado em 20 de março de 1964, o sexto compacto dos Beatles trazia duas canções que ficaram mais conhecidas como parte da trilha sonora do filme (therefore, do álbum) A Hard Day's Night. Mas os três meses de antecedência em relação ao filme-trilha, faz esse compilador considerar esse como o pontapé inicial dessa fase do grupo. Digno de nota é que a partir desse single, os Lados B tornam-se tão relevantes quanto os Lados A. "You Can't Do That" pode não ser tão vibrante quanto "Can't Buy Me Love" mas ajuda a definir o som dos Beatles (baixo groovado, harmonias vocais, etc.). Ecos dessa canção podem ser conferidos no EP que seria lançado logo em seguida...

03 - Long Tall Sally (Enotris Johnson/ Richard Penniman/ Robert Blackwell)
04 - I Call Your Name (Lennon/ McCartney)
05 - Slow Down (Larry Williams)
06 - Matchbox (Carl Lee Perkins)

Você conhecia essa capa aí ao lado? Pois é, esse foi o novo lançamento dos Beatles em 1964, após o single já comentado. O lado A foi gravado em 1º de março e trazia "Long Tall Sally", cover de Little Richard, e presença constante nas apresentações do grupo, geralmente abrindo os shows, e uma original. Ambas as faixas foram primeiro lançadas no mercado americano, especificamente no LP The Beatles' Second Album, de 10 de abril de 1964. A Parlophone então juntou essas com mais duas para fazer o EP lançado em 19 de junho. No Lado B, mais versões do cancioneiro rockenrou, gravadas no começo de junho: "Slow Down" foi a primeira das três canções de Larry Williams que os Beatles gravariam até 1965, e "Matchbox" foi supervisionada no estúdio pelo próprio autor, Carl Perkins, ídolo-mor de todos eles, especialmente de George Harrison (porém quem gravou os vocais foi Ringo). Em ambas as faixas ouve-se também o piano de George Martin.

























07 - A Hard Day's Night (Lennon/ McCartney)
08 - I Should Have Known Better (Lennon/ McCartney)
09 - If I Fell (Lennon/ McCartney)
10 - I'm Happy Just To Dance With You (Lennon/ McCartney)
11 - And I Love Her (Lennon/ McCartney)
12 - Tell Me Why (Lennon/ McCartney)

É impossível não lembrar que a edição nacional trazia a cor vermelha de fundo e o título do filme em português: Os Reis do Ié-Ié-Ié, justiça seja feita, é mais fidedigno ao original britânico do que a trilha sonora lançada pela United Artists nos EUA, que continha apenas as faixas usadas no filme (o Lado 1) com exceção de "If I Fell" (acredite!) espalhadas nos dois lados, entrecortadas por vinhetas instrumentais orquestradas por George Martin pro filme. Mas voltando ao álbum lançado pela Parlophone em 10 de julho de 1964 (mesma data de um novo compacto com "A Hard Day's Night"/ "Things We Said Today"), musicalmente é perceptível a evolução dos compositores. Após o EP dominado por versões, esse é o primeiro álbum exclusivamente de músicas próprias (coisa que os Rolling Stones só viriam a fazer em 1966!), e o único da carreira a trazer apenas músicas de Lennon & McCartney, pois o Harrison só voltaria a contribuir na trilha do próximo filme, um ano mais tarde. Nesse disco ele canta a ótima "I'm Happy Just To Dance With You".

13 - Anytime At All (Lennon/ McCartney)
14 - I'll Cry Instead (Lennon/ McCartney)
15 - Things We Said Today (Lennon/ McCartney)
16 - When I Get Home (Lennon/ McCartney)
17 - I'll Be Back (Lennon/ McCartney)

E essas são as outras faixas do Lado 2, não usadas no filme, apesar de "I'll Cry Instead" ter sido composta especificamente para a trilha. Essa é a faixa que abre inclusive o LP Something New da Capitol, que traria as canções que não vinham na trilha do filme mais o Lado B do Ep lá de cima... Ainda sobre "I'll Cry Instead": pode-se dizer que é um marco numa linha de temas característico de Lennon nos mid-60's - que musicalmente revelavam a influência de Dylan, que por sua vez se reinventou inspirado pelo som dos britânicos. A angústia, a depressão, a solidão, ao invés do lugar-comum dos românticos temas do ano anterior. Ele continuaria a desenvolver essa linha com "I'm a Loser" e "I Don't Want To Spoil The Party", de Beatles For Sale, chegando ao ápice com "Help!". Não é de se estranhar então que o último número desse disco também acabe pendendo pra uma bela melancolia ("I'll Be Back"). Amores partidos, ao invés do romance perfeito: I wanna go, but I hate to leave you...

Total Time:
40:09

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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

With The Beatles [Mono Mix]

01 - She Loves You (Lennon/ McCartney)
02 - I'll Get You (Lennon/ McCartney)

O quarto compacto dos Beatles foi gravado em 1º de março de 1963, e lançado em 23 de agosto. Mais um smash hit, como já se sabe. E mais um lado B bobinho, mas que funciona que é uma beleza. Eu gosto.

03 - It Won't Be Long (Lennon/ McCartney)
04 - All I've Got To Do (Lennon/ McCartney)
05 - All My Loving (Lennon/ McCartney)
06 - Don't Bother Me (Harrison)
07 - Little Child (Lennon/ McCartney)
08 - Till There Was You (Meredith Willson)
09 - Please Mister Postman (B. Holland/F. C. Gorman)


A célebre foto de Robert Freeman além de dar uma ar mais artístico ao segundo álbum dos Beatles pela Parlophone, estampou os primeiros LPs do grupo lançados nos EUA (Meet The Beatles) e também no Brasil (Beatlemania). Diferente de Please Please Me nenhum single foi incluído ou retirado do álbum, mas como naquele disco há ainda vários covers, mas nunca mais do que as originais. O Lado A começa com 05 delas, todas excelentes, um clássico ("All My Loving") e o primeiro registro de uma composição de George Harrison. "Don't Bother Me" é mais ou menos o que George gostaria de dizer aos jornalistas que o enchiam especulando sobre suas habilidades para compor e rivalizar com os companheiros de banda... A "Till There Was You" original foi trilha de um musical ("O Vendedor de Ilusões") e "Please Mister Postman" é novamente de um grupo feminino americano: The Marvelettes.


10 - Roll Over Beethoven (Chuck Berry)
11 - Hold Me Tight (Lennon/ McCartney)
12 - You Really Got A Hold On Me (Smokey Robinson)
13 - I Wanna Be Your Man (Lennon/ McCartney)
14 - Devil In Her Heart (Richard B. Drapkin)
15 - Not A Second Time (Lennon/ McCartney)
16 - Money (That's What I Want) (Janie Bradford/ Berry Gordy Jr.)

O lado 2 do disco lançado em 22 de novembro reveza covers com originais, mostrando bem as influências principais do quarteto: rock 'n' roll clássico e o som da Motown; Chuck Berry é o pai da matéria, Smokey Robinson foi o líder dos Miracles e grande estrela do soul americano, já Berry Gordy (co-autor de "Money") é o chefão da Motown - idealizador, produtor executivo, e ao que parece, compositor. Já "Devil In Her Heart" é (adivinha) do grupo feminino americano The Donays. O legal dessa compilação é seguir "Money" (que traz George Martin no piano), com o single responsável pela doença que assolou o mundo no fim de 1963: a Beatlemania. If you want it, you got it!

17 - I Want To Hold Your Hand (Lennon/ McCartney)
18 - This Boy (Lennon/ McCartney)

Naquela necessidade de não repetir material dos álbuns em seus singles, em 17 de outubro ocorre a gravação do próximo compacto. "I Want To Hold Your Hand" sai em 29 de novembro - uma semana após With The Beatles, e se tornaria o primeiro #1 dos Beatles também no mercado americano. Mas bacana mesmo é o Lado B, totalmente Beach Boys, uma das minhas faixas prediletas dos Fab Four.

19 - Komm, Gib Mir Deine Hand (Lennon/ McCartney/
Nicholas/ Montague)
20 - Sie Liebt Dich (Lennon/ McCartney/ Nicholas/ Montague)

Essas bizarrices estão presente nos Past Masters, e agora nos Mono Masters. Também anteriormente podia-se ouvir essas versões no LP "Rarities". Mas ainda em '64, "Komm, Gib Mir Deine Hand" saiu pela Capitol (EUA) no disco Something New. Trata-se de uma gravação feita em Paris, em janeiro de 1964, por pedido da EMI alemã. Após muita insistência dos chefes, os Beatles toparam e o compacto com dois Lados A sairia na Alemanha em 05 de março de 1964. Em Komm, Gib Mir Deine Hand o que ouvimos é a mesma basic track do original britânico, eles apenas regravaram os vocais em alemão (créditos das letras lá em cima) e palmas. Já Sie Liebt Dich é uma real regravação de She Loves You, pois as fitas master haviam sido apagadas (!). Fato é, depois de dois álbuns e 05 singles, os Beatles não precisariam berrar que queriam "Money" por um bom tempo...

Total Time:
47:48

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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Please Please Me [Mono Mix]

01 - Love Me Do (Lennon/ McCartney)
02 - P.S. I Love You (Lennon/ McCartney)

Compacto lançado em 05 de outubro de 1962. A versão de "Love Me Do" é com Ringo Starr na batera, diferente do registro do álbum Please Please Me, gravado pelo "baterista profissional" Andy White nas mesmas sessões - a primeira oficial dos Beatles em Abbey Road (04/set/62). O grupo fez questão de lançar a versão com o Ringo no single, e a versão "alternativa" realmente não faz diferença alguma. Então em nossa discografia ela foi solenemente limada (porém é a mais fácil de se achar nas cópias estéreo em digipack do álbum). Esse é o famoso single que alcançou "somente" o 17º lugar das paradas, o que seria mudado rapidamente...

03 - Please Please Me (Lennon/ McCartney)
04 - Ask Me Why (Lennon/ McCartney)

Lançamento: 11 de janeiro de 1963, então só podem ter sido gravadas ainda em 1962! O lado A matador daria o nome ao primeiro álbum alguns meses depois, e a série de "number ones" começa aqui...

05 - I Saw Her Standing There (Lennon/ McCartney)
06 - Misery (Lennon/ McCartney)
07 - Anna (Go To Him) (Arthur Alexander)
08 - Chains (Gerry Goffin/ Carole King)
09 - Boys (Luther Dixon/ Wes Farrell)

Estas são as faixas que compõem o Lado 1 de Please Please Me, seguidas daquele segundo single em ordem invertida. Foram 13h de gravação em 11 de fevereiro de 1963, e o disco foi lançado em 22 de março do mesmo ano. O que dizer do álbum de estréia da maior banda de todos os tempos? O óbvio: é um dos melhores álbuns de estréia de qualquer banda de rock. Impressionantemente bem executado, resultado da larga familiaridade que o quarteto já tinha com o repertório em Hamburgo e no Cavern Club, aliás a idéia da sessão foi essa mesmo - o produtor George Martin pediu pra eles escolherem o melhor de seu set e o resultado é história. Os covers: Arthur Alexander gravou sua própria música "Anna" um ano antes dos Beatles. Os Rolling Stones também gravariam "You Better Move On" do mesmo compositor. Já tanto "Chains" quanto "Boys" foram gravadas por grupos femininos americanos: The Cookies e Shirelles, respectivamente, aliás sempre achei esquisito o Ringo berrando "Boys"... é bom saber a origem das coisas! Ah, se alguém não sabe, os vocais principais de "Chains" são de George.

10 - Baby It's You (Hal David/ Barney Williams/ Burt Bacharach)
11 - Do You Want To Know A Secret (Lennon/ McCartney)
12 - A Taste Of Honey (Ric Marlow/ Bobby Scott)
13 - There's A Place (Lennon/ McCartney)
14 - Twist And Shout (Phil Medley/ Bert Russel)

O Lado 2 de Please Please abre com a mesma sequencia do single de estréia do grupo (sendo que já sabemos que a gravação de "Love Me Do" traz um baterista não-beatle). Em seguida, o grand finale, alternando covers e originais: "Baby It's You" é a segunda faixa do disco gravada anteriormente pelas Shirelles, e traz como co-autor o grande Burt Bacharach; "Do You Want..." é cantada por George, apesar de composta obviamente por John; "A Taste Of Honey" é trilha de filme homônimo, canção fácil de ser encontrada em versões instrumentais de grandes bandas; e o encerramento é o arrasa-quarteirão "Twist And Shout", gravada originalmente um ano antes pelos Isley Brothers. Já ouvi essa versão (toquei até no Programa de Rock), e a conclusão foi: não ter sido composta por Lennon e McCartney foi um detalhe histórico, mas a versão dos Beatles fez dessa uma canção deles. É muita personalidade pruma banda "estreante". É definitivamente sinal da qualidade do material que eles continuariam a produzir....

15 - From Me To You (Lennon/ McCartney)
16 - Thank You Girl (Lennon/ McCartney)

Duas semanas após o lançamento de Please Please Me, sai um novo compacto - esse aí do lado. E é evidente em toda carreira dos Beatles, ao invés da saída fácil de tirar do disco mais uma faixa pra lançar o single (por exemplo "Twist And Shout" seria a escolha óbvia), eles optam por gravar duas canções originais fresquinhas. Data de lançamento: 12 de abril de 1963, e a Beatlemania ainda está engatinhando, mas o single lidera imediatamente o topo das paradas britânicas. Yet again.

Total Time:
37:18

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My Beatles in Mono


Não, eu não importei a linda caixinha em Mono dos Beatles. Pra quem não tá sabendo, além da Stereo Box, com os mesmos discos disponíveis para venda avulsa, essa segunda caixa não terá seus discos vendidos separadamente. E qual a importância disso? Que diferença faz? Bem, essas são as mixes originais dos álbuns e singles, e por muito tempo foram as únicas existentes. Quando o estéreo surgiu, nem se acreditava que ele ia pegar, muito menos substituir o mono. Isso quer dizer que os Beatles participavam e opinavam das mixes em mono, enquanto que a versão em estéreo era mais pra satisfazer um mercado ainda em expansão. A diferença não é tanta assim, mas dá pra dizer que é uma experiência diferente sim. Fora que, em alguns álbuns mais pra frente há versões diferentes de algumas músicas nas duas mixes. Então além da curiosidade de fã, torna-se um capricho de colecionador a obtenção de todas as versões de todas as gravações dos Fab Four... E pra quem efetivamente compra a caixa em mono, um mimo: ao invés dos modernos digipacks, cada disquinho reproduz fielmente um mini-vinil exatamente como na época do lançamento.
Voltando à minha coleção, estou aos poucos adquirindo os digipacks em estéreo (por enquanto: Abbey Road e Yellow Submarine), e achei os torrents em .flac (leia-se: qualidade de cd) da caixa em mono. O que vou fazer com isso? Meus próprios cds, ou do jeito que eu gostaria que fossem lançados, se algum executivo da EMI fosse insano como eu.
Explico, a base para essas compilações que irei disponibilizar nesse blog é a seguinte: odeio coletâneas. E por mais que os Past Masters cumpram sua função - a de coletar os singles dos Beatles já que eles não os incluiam nos álbuns -, não me conformo em ouvir um disco que cobre tantos anos e fases distintas dos Beatles numa mesma ordem, tendo como direção apenas a cronologia dos lançamentos. Então já que arquivos podem ser manipulados, ao contrário de um cd prensado, é assim que ouvirei minha coleção em Mono. E quem quiser baixar, pode conferir que o disco duplo Mono Masters é um item completamente dispensável nessa discografia... afinal espaço pra bonus tracks é o que não falta em discos de pouco mais de 30 minutos, certo?
Ah, outra justificativa pra algumas junções arbitrátrias em minha discografia: esses discos que a gente conhece hoje com começo, meio e fim e capas definitivas são a discografia britânica da época. O poderoso mercado americano só veio a ter esses lançamentos como definitivos (dos discos entre 1963 e 1966) nos relançamentos dos anos 70 e depois nos cds de uma década depois. Discos como Meet The Beatles, Something New, Beatles '65 e Yesterday and Today eram aberrações discográficas da Capitol Records. Verdadeiras compilações dos singles recém-lançados pela Parlophone na Inglaterra, juntando faixas avulsas geralmente de dois discos diferentes. Por exemplo, "Please Me Please" com "With The Beatles"; "A Hard Day's Night" com "Beatles For Sale"; "Rubber Soul" com "Help", daí as faixas não usadas em determinado lançamento viravam um novo disco... coisa de louco! E por muito tempo eram essas bizarrices que os americanos tinham como referência prum disco dos Beatles, chegando-se ao ponto de termos um álbum chamado Rubber Soul que não abre com "Drive My Car" e sim "I've Just Seen a Face" (do Help!). Isso tudo justifica algumas "licenças poéticas" que tomei para organizar essa minha discografia. Mas o que importa mesmo é a música. E essa... as good as it gets.