Minha obsessão atual é a fase 60's dos Stones, ainda com Brian Jones. O que acontece é algo parecido com o que rolou anos atrás com minha Beatlemania, assim que conheci meu amigo psicólogo Fredão. Vou explicar: ouvi muito Beatles na minha adolescência, através de fitas k7 gravadas na casa de um tio beatlemaníaco, tanto por meu irmão Rafael quanto meu primo André. Essas compilações viraram minha primeira imersão no rock em inglês e teriam consequências definitivas em minha vida como montar uma banda e então decidir ser músico anos mais tarde; acontece que, ainda adolescente, qdo fui conhecendo outros sons - basicamente os clássicos anos 70's e o progressivo - , os Beatles ficaram, assim... 'in the closet', até eu conhecer Frederico, por volta de 1998, qdo eu engatinhava no curso de psicologia da UFS e ele já era tipo quinto período. Mas longe dos papos psi, nossos encontros eram basicamente pra tomar cerveja ao som de muito Beatles e discussões homéricas e filosóficas sobre Lennon, McCartney e os Rolling Stones (tá vendo, não perdi o fio da meada ainda hehe). Ouvir finalmente o álbum branco de cabo a rabo conhecendo as nuances, pegar o violão e tocar todo o songbook,... foi uma época inesquecível, e essa 'mania' desembocou no projeto Snoozing Beatles que acabou virando uma banda independente até do Snooze e de mim mesmo que deu a pilha no início. Beatles sempre vai ser minha escola referencial. Foi ouvindo os caras obsessivamente que aprendi inglês e a dar acordes no violão (a maioria dos que sou familiar até hoje), sem falar em harmonizar vocais, e também um pouco de funções harmônicas, que só veio cair a ficha bem mais tarde.
Mas eu também ouvia os Rolling Stones (é, vamo ao que interessa)!!!! E o primeiríssimo disco que me fez ter certeza que se tratava de uma bandaça foi o Between the Buttons que tinha na casa de Salsicha (irmão de Daniel, primeiro guitarrista do Snooze), original nacional, senão me engano mono. Nessa época eu já tinha noção de que um disco lançado em 1967 por uma banda rockenrou como os Stones devia ser bom. Mas a fitinha gravada por Rafael entregou muito mais que isso. Algumas das músicas ali nunca saíram de minha cabeça mesmo com anos (bote ano aí) sem ouvir a bolacha (lembrando que o mp3 não havia sido inventado hehe).
Pois bem, um belo dia de pesquisa musical na net (qdo ainda morava em SP), descobri que o catálogo dos Stones estava sendo relançado remasterizado em sistema DSD - que tecnicamente não sei exatamente o que significa, mas soa bem pra kcete!!! Bob Dylan tb teve seus discos relançados nessa onda, Beatles não. A essa altura eu já conhecia a maior parte dos discos dos Stones, mas era essa a chance que eu tinha (já no mundo dos mp3) de reaver boa parte dos discos deles que eu já tive (que foram roubados) e ainda ter o que não tinha, ouvir o que não conhecia, reouvir o que não lembrava, etc.
Mas essa "caça" relevou mais do que a encomenda: percebi que essa banda era particularmente difícil de entender a discografia porque muitos desses relançamentos eram discos que eu conhecia com tracklist diferente, até com capas distintas! Eu já tava ligado que lançamentos britânicos e americanos diferiam na época, mas a discografia dos Rolling Stones é um caso à parte. O troço beira o bizarro. A EMI costumava mudar os discos da Parlophone dos Beatles nos lançamentos ianques, mas o que chegou até nós consumidores mundiais anos mais tarde foi a proposta inicial, e não as adequações mercadológicas. Com os Stones o buraco é mais embaixo. Por exemplo, eu tinha o cd "Aftermath" de 1966, lançamento nacional da coleção "Satisfaction Years" (tinha até propaganda na tv alguém lembra?) que era o original britânico. Só descobri isso quando me deparei com esse relançamento pra baixar com capa totalmente diferente, três faixas a menos e "Paint it Black" abrindo o disco, faixa que nem sequer fazia parte do álbum que eu conhecia. Depois eu fui entendendo a lógica da coisa: os lançamentos americanos incluiam os singles que no Reino Unido não costumavam entrar nos álbuns. Prática que os Beatles se arrependem às vezes em depoimentos do Anthology. Mas enfim, eram os 60's e ninguém sabia que o negócio ia ficar tão grande. O troço com os Rolling Stones complica porque no Brasil alguns discos eram lançados do jeito britânico (Decca Recods) e outros do americano (London Records), vide por exemplo "Out of Our Heads", que saiu primeiro nos EUA com os single hits "Satisfaction" e "The Last Time". Mas o álbum de mesmo nome no Reino Unido saiu meses depois com outra capa que, pra piorar a confusão, essa mesma capa foi usada em outro lançamento americano, o "December's Children". O inverso havia acontecido meses antes, no começo de 1965, quando "The Rolling Stones No. 2" saiu na Inglaterra com a mesma foto de capa do "12x5" que saiu nos EUA ainda em 1964, o que deixa a discografia dos caras engraçada com um "no.2" sendo o terceiro disco com inéditas, vai entender...
Finalmente, qual não foi meu espanto ao baixar o remaster de "Between the Buttons" e notar de cara a ausência das duas músicas mais seminais pro meu entendimento da obra: "Let's Spend the Night Together" (faixa de abertura) e "Ruby Tuesday". Resposta: aquele vinilzão que tinha na casa do Salsicha era brasileiro e seguia o lançamento americano. O original britânico não incluía esse compacto duplo (o que quer dizer que não tinha lado B, eram dois lados A haha), e continha três músicas que eu não conhecia!!!! As tais faixas foram lançadas em outro disco americano, o "Flowers", que tb saiu no Brasil em cd, mas eu nunca tinha ouvido. Inclusive o Flowers tb foi remasterizado apesar de ser compilação, e o tracklist inclui o compacto duplo já mencionado. Mas pra mim (até por uma questão histórico-cronológica), "Let's Spend..." e "Ruby Tuesday" sempre serão associados ao "Between the Buttons", é tanto que a capa do single é a mesma do álbum.
É com esse clássico absoluto do cancioneiro psicodélico que eu inauguro esse blog (não por acaso o título do blog é uma das músicas do disco).
O single.
O álbum.
Fonte (do álbum): http://singhellogoodbye.blogspot.com/
Mas eu também ouvia os Rolling Stones (é, vamo ao que interessa)!!!! E o primeiríssimo disco que me fez ter certeza que se tratava de uma bandaça foi o Between the Buttons que tinha na casa de Salsicha (irmão de Daniel, primeiro guitarrista do Snooze), original nacional, senão me engano mono. Nessa época eu já tinha noção de que um disco lançado em 1967 por uma banda rockenrou como os Stones devia ser bom. Mas a fitinha gravada por Rafael entregou muito mais que isso. Algumas das músicas ali nunca saíram de minha cabeça mesmo com anos (bote ano aí) sem ouvir a bolacha (lembrando que o mp3 não havia sido inventado hehe).
Pois bem, um belo dia de pesquisa musical na net (qdo ainda morava em SP), descobri que o catálogo dos Stones estava sendo relançado remasterizado em sistema DSD - que tecnicamente não sei exatamente o que significa, mas soa bem pra kcete!!! Bob Dylan tb teve seus discos relançados nessa onda, Beatles não. A essa altura eu já conhecia a maior parte dos discos dos Stones, mas era essa a chance que eu tinha (já no mundo dos mp3) de reaver boa parte dos discos deles que eu já tive (que foram roubados) e ainda ter o que não tinha, ouvir o que não conhecia, reouvir o que não lembrava, etc.
Mas essa "caça" relevou mais do que a encomenda: percebi que essa banda era particularmente difícil de entender a discografia porque muitos desses relançamentos eram discos que eu conhecia com tracklist diferente, até com capas distintas! Eu já tava ligado que lançamentos britânicos e americanos diferiam na época, mas a discografia dos Rolling Stones é um caso à parte. O troço beira o bizarro. A EMI costumava mudar os discos da Parlophone dos Beatles nos lançamentos ianques, mas o que chegou até nós consumidores mundiais anos mais tarde foi a proposta inicial, e não as adequações mercadológicas. Com os Stones o buraco é mais embaixo. Por exemplo, eu tinha o cd "Aftermath" de 1966, lançamento nacional da coleção "Satisfaction Years" (tinha até propaganda na tv alguém lembra?) que era o original britânico. Só descobri isso quando me deparei com esse relançamento pra baixar com capa totalmente diferente, três faixas a menos e "Paint it Black" abrindo o disco, faixa que nem sequer fazia parte do álbum que eu conhecia. Depois eu fui entendendo a lógica da coisa: os lançamentos americanos incluiam os singles que no Reino Unido não costumavam entrar nos álbuns. Prática que os Beatles se arrependem às vezes em depoimentos do Anthology. Mas enfim, eram os 60's e ninguém sabia que o negócio ia ficar tão grande. O troço com os Rolling Stones complica porque no Brasil alguns discos eram lançados do jeito britânico (Decca Recods) e outros do americano (London Records), vide por exemplo "Out of Our Heads", que saiu primeiro nos EUA com os single hits "Satisfaction" e "The Last Time". Mas o álbum de mesmo nome no Reino Unido saiu meses depois com outra capa que, pra piorar a confusão, essa mesma capa foi usada em outro lançamento americano, o "December's Children". O inverso havia acontecido meses antes, no começo de 1965, quando "The Rolling Stones No. 2" saiu na Inglaterra com a mesma foto de capa do "12x5" que saiu nos EUA ainda em 1964, o que deixa a discografia dos caras engraçada com um "no.2" sendo o terceiro disco com inéditas, vai entender...
Finalmente, qual não foi meu espanto ao baixar o remaster de "Between the Buttons" e notar de cara a ausência das duas músicas mais seminais pro meu entendimento da obra: "Let's Spend the Night Together" (faixa de abertura) e "Ruby Tuesday". Resposta: aquele vinilzão que tinha na casa do Salsicha era brasileiro e seguia o lançamento americano. O original britânico não incluía esse compacto duplo (o que quer dizer que não tinha lado B, eram dois lados A haha), e continha três músicas que eu não conhecia!!!! As tais faixas foram lançadas em outro disco americano, o "Flowers", que tb saiu no Brasil em cd, mas eu nunca tinha ouvido. Inclusive o Flowers tb foi remasterizado apesar de ser compilação, e o tracklist inclui o compacto duplo já mencionado. Mas pra mim (até por uma questão histórico-cronológica), "Let's Spend..." e "Ruby Tuesday" sempre serão associados ao "Between the Buttons", é tanto que a capa do single é a mesma do álbum.
É com esse clássico absoluto do cancioneiro psicodélico que eu inauguro esse blog (não por acaso o título do blog é uma das músicas do disco).
O single.
O álbum.
Fonte (do álbum): http://singhellogoodbye.blogspot.com/
3 comentários:
bem-vindo a nossa nova obsessão...
belo começo, pra variar!
Tá vendo? Esse eu não tenho! Quando acho é por um preço absurdo. Mas esse download vai salvar minha manhã no trabalho, com certeza ;)
adoro me sentir útil!
;)
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