sábado, 30 de agosto de 2008

The Meters - Funky Miracle



Esse supergrupo formado em New Orleans no final dos 60's
é uma influência pra 10 entre 10 grupos, artistas ou instrumentistas que lidam com funk (no bom sentido). Ao lado de James Brown e Sly & The Family Stone, é referência obrigatória pra quem quer se familiarizar com o que há de melhor no estilo, além é claro, dos vários discos da Motown até 1971. Mas voltando aos Meters, o interessante é que a grande maioria de seus temas são instrumentais, e o funk é mais associado com as manipulações melódicas de seus cantores. Pro baixista então, fica mais fácil colar nas linhas de George Porter, pois o quarteto era mesmo 'roots': sem a metaleira e vozes pra atrapalhar, o que fica em primeiro plano é a cozinha matadora, com Joseph "Zigaboo" Modelist na bateria (quebrando tudo), fazendo a cama para os riffs inteligentes do guitarrista Leo Nocentelli e as peripécias do líder e tecladista Art Neville (os poucos vocais são dele também). Para checar todos esses elementos citados, ouça agora "Cissy Strutt" (qualquer rádio online vai ter, né possível). Você provavelmente já ouviu esse teminha, mas nunca ouviu falar dos Meters, certo? Pelo menos comigo foi assim. Mas esse post é na verdade pra retomar os estudos do Lily Pond. "Funky Miracle", outro clássico dos caras, foi a primeira música que transcrevi do começo ao fim usando aquele programinha. Falo da linha do baixo, é claro. Então, amigos da clave de fá, uni-vos para um groovão irresistível. Seguem os links:



- A partitura em .pdf;


- Os códigos em .txt (para utilizá-los no LP, tem que salvar em .ly);


- A música para download, porque ninguém é de ferro, e o ouvidão é sempre um bom guia.


Comentários sobre a escrita informática:

O que vem antes do cabeçalho contém um monte de coisa que eu nunca entendi. Coisa de nerd, provavelmente. Então o esquema é copiar e colar em qualquer novo arquivo. Tem a ver com a versão do programa e formatação.
\version "2.10.10"
\paper {
% #(define dump-extents #t)
indent = 0\mm
% line-width = 160\mm - 2.0 * 0.4\in
% ragged-right = ##t
% force-assignment = #" "
% line-width = #(- line-width (* mm 3.000000))
}

aqui abre-se o cabeçalho. notar o uso das chaves { } para efetivar os comandos.
\header{
title = "Funky Miracle"
composer = "The Meters"
}
mais uma chave aberta (após uma fechada) indicando a clave e fórmula de compasso (4/4 na verdade nem precisaria indicar, é automático).
{
\clef bass
\time 4/4

vamos
aos grooves: a linha da intro usa bastante antecipações de semicolcheias, escrito com o til ~
e16 d b, a,~ a, b,8 d16~ d e8 g16~ g4
e16 d b, a,~ a, b,8 d16~ d e8 g,16~ g,4
e16 d b, a,~ a, b,8 d16~ d e8 g16~ g4
e16 d b, a,~ a, b,8 r16 d4 dis \bar "||"

ritornelo. e mais abaixo, a indicação de que aqui é um ponto de recomeço pra essa música. O sinal é chamado de 'S'. O groove transcrito agora abusa das colcheias pontuadas com semicolcheias criando uma levada irresistível.

\bar "|:"
\mark \markup { \musicglyph #"scripts.segno" } e8. d16 e4 e'16 g8. e8. d16
e8. d16 e4 e'16 g8. e8. d16
e8. d16 e4 e'16 g8. e8. d16 \bar ":|"
e8. d16 e4 e'16 g8. e8. d16
e8. d16 e4 e'16 g8. e4 \bar "||"

quiálteras. 'times 2/3' é como se escreve uma tercina. no caso aqui vai ser uma tercina de semínima (4), três delas em dois tempos.

\times 2/3 { g4 a e'~ } e'8 r16 b16 d'8 e'
\times 2/3 { g4 a e~ } e8 r16 b,16 d8 e
\times 2/3 { g4 a e'~ } e'8 r16 b16 d'8 e'
\times 2/3 { g4 a e~ } e8 r16 b,16 d8. d16
\bar "||"
e8. d16 e4 e'16 g8. e8. d16
e8. d16 e4 e'16 g8. e8. d16
e8. d16 e4 e'16 g8. e8. d16
e8. d16 e4 e'16 g8. e4 \bar "||"
e16 d b, a,~ a, b,8 d16~ d e8 g16~ g4
e16 d b, a,~ a, b,8 d16~ d e8 g,16~ g,4
e16 d b, a,~ a, b,8 d16~ d e8 g16~ g4
e16 d b, a,~ a, b,8 r16 \times 2/3 { d4 dis e } \mark "fine" indicação de que a música vai encerrar naquele ponto (na volta).
\bar "||"
r1 pausa ('rest') de semibreve
\times 2/3 { g4 a e'~ } e'8 r16 b16 d'8 e'
\times 2/3 { g4 a e~ } e8 r16 b,16 d8 e
\times 2/3 { g4 a e'~ } e'8 r16 b16 d'8 e'
\times 2/3 { g4 a e~ } e8 r16 b,16 d4
\bar "||"
aqui vem os improvisos. no primeiro compasso é o teclado que sola, no segundo guitarra, baixo no terceiro e batera no quarto. mesmo esquema na próxima linha.
e8 e r4 r2
e8 e r4 r2
e8 e' gis16 a8 ais16~ ais16 b8 b16 d'8 d'16( e')
(os parênteses são pra ligadura hammer-on)

e4 r4 r2
\override Score.RehearsalMark
#'break-visibility = #begin-of-line-invisible
e8 e r4 r2
e8 e r4 r2
e8 e'~ e'16 d'8 b16 d'[ b r gis~] gis a b8
e4 r4 r2
\once \override Score.RehearsalMark #'self-alignment-X = #right
\mark "D.S. al Fine "
\bar "||"
o 'override score' tem a ver com o comando 'do S ao Fim' que é quando a gente volta praquele começo lá em cima e acaba onde já marcamos que vai acabar. meu conselho pra esse tipo de comando é sair copiando os exemplos que conseguir. ou então enche o email do prof. hugo com dúvidas insolussionáveis. Ah! lá em cima há dois colchetes [ ] nas semicolcheias do segundo compasso de improvisação. isso foi o jeito que encontrei pra unir em uma célula as três notas com uma pausa antes da antecipação. sem isso o programa arrumava de um jeito esquisito, mas tudo dá-se um jeito (se não der, seguir os conselhos acima).

} não esquecer desse colchete pra fechar sua partitura



Coisas s/n

- A gig no Quality Hotel foi simplesmente surreal. Estávamos programados pra tocar de 21:30 às 23h, e o secretário de saúde resolveu encerrar somente às 22:30!!! Ou seja, uma hora de braços cruzados, com metade do cachê já pagos. Essa vida de músico é mesmo 08 ou 80. Acabamos tocando uma horinha, com a sensação de que ninguém prestava atenção, mais preocupados com os canapés e coquetéis de frutas. Mas no fim das contas tocamos bem, Monara cantou muito, e descobrimos que fomos bastante elogiados nas internas... Que isso gere outras datas nesse meio, o que importa é tocar e levar o leitinho da criança. ;)

- A outra data do Starfish foi cancelada. Ainda quero tocar lá. É aguardar...

- Mais uma atividade pro recesso da Ufs: virei aluno de baixo acústico de Juliana, da Orquestra Sinfônica de Sergipe. É minha terceira tentativa, e de novo pego um professor com uma técnica de arco de escola diferente do anterior (to colecionando...). Mas didaticamente falando, parece que agora vai, só depende da dedicação que eu conseguir ter. Nessa próxima quinta o concerto deles no Tobias Barreto vai ter uma peça para contrabaixo solo. Imperdível não só pro pupilo aqui, mas pra todos que gostam de boa música.

- 07 matérias pro próximo semestre! Pra quem pegou 03 no primeiro, vai ser um choque. Pelo menos está tudo concentrado em três dias na semana: terça, quinta e sexta. E outra: continuo indo só pro Cultart, vou me manter um ano sem precisar pisar no Campus (pra quem levou 07 anos pra se livrar do curso de Psicologia, isso faz diferença, acreditem).

- Snooze volta a tocar o repertório anos 80 no Excalibur, dia 27 desse mês. Tem mais uma coletânea no gatilho, e o desengavetamento do projeto de covers que gravamos no longínquo verão de 2005, que quase se perdeu, mas agora vai ganhar um upgrade decente pra ser lançado de alguma forma ainda esse ano. Aguardem as novas.

- E o Crove? Esse é anos 80 made in SE. Calhou que me chamaram pra retomar o projeto, parado há uma cara. Eu que já gostava, virei fã, conhecendo as músicas de 15 anos atrás, totalmente pós-punk. Depois de alguns vários ensaios, estamos doidos pra tocar. Que tal nos chamar pra sua festinha? Também precisamos gravar. As músicas do Luiz Eduardo são boas demais pra não terem um registro decente. Quem se dispor a ajudar a viabilizar um projeto pra tentar a lei de incentivo à cultura, entra como produtor executivo, porque contar com Edu, Fabinho ou Odara pra fazer qualquer coisa nesse sentido, é esperar uma eternidade...

- A Cover Baixo desse mês tá show de bola. Todas as matérias, bass clinic, entrevistas, resenhas, workshops e transcrições... realmente bola dentro. Dá pra ler algumas coisas na net, mas com certeza não é tudo. Recomendo então o investimento de R$ 8,90. Dessa vez vale a pena!

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Recesso da UFS

Depois de mais uma prova de contraponto, a hora é de respirar, botar a leitura em dia, e ensaiar com o novo quarteto de jazz e música brasileira. É o Brazz Jazz que faz sua estréia essa quinta (28) no Quality Hotel. Na ocasião convidamos a super-cantora Monara pra desfilar clássicos da bossa nova. A formação do grupo é a seguinte:
- Fabio Oliveira (baixo); Thiago Valadão (guitarra); Davysson Lima (sax); Odílio Sandinez (bateria). Próxima quarta temos outra data, resta saber se vai ser mesmo no Quality ou no Starfish (Barra dos Coqueiros).

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Fica a dica pra mais uma 'obsession'. Quem me conhece de verdade sabe que na minha adolescência eu lia quadrinhos como um descrente procurando a resposta pra algo além da compreensão. Foram anos colecionando, rapando sebos, assinando, comprando em banca... Mas um dia, resolvi dar um basta. Foi pouco depois de casar e acumular trabalho, faculdade, banda e família. Não dava mais pro orçamento, resolvi priorizar as leituras pra música (e cinema, outra paixão), e acabei me distanciando mesmo. Mas uma preciosa dico do meu amigo Tex reacendeu o vício pelos universos paralelos, mas sem aquela de super-herói (X-Men é ótimo, mas uma hora cansa a novelinha). O blog Vertigem, foca no sêlo Vertigo da Dc Comics. Em geral, a onda é histórias sobre o sobrenatural, magia, ocultismo, e atividades bizarras de personagens bem ortodoxos. Estou finalmente lendo todos os 'Sandman' na ordem, esperando chegar até o final (a série já chegou ao fim), e também conhecendo uma série chamada 'Fábulas', que o nome já indica mais ou menos do que se trata. Recomendo também a 'Bíblia' por Simon Bisley, prato cheio pra quem curte desenhos e arte gráfica. Pra quem conhecer a Bíblia propriamente dita, melhor ainda.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Playing God

Enquanto não temos o privilégio de uma volta do 'brincando de deus', seu líder Messias G. B. aparece com um trabalho solo, e isso já é motivo pra comemorar! O single lançado sexta-feira, dia 08, aniversário do cabra, às 08:08h, é um bom aperitivo do que vem por aí. Programações eletrônicas e guitarras sujas permeiam a canção "the machines are my family", enterrando o vocal familiar em uma camada doce de sujeira. A falta de uma cozinha "orgânica" é compensada pela ótima melodia vocal e um arranjo competente. A essa altura da carreira, não dá pra esperar algo menos que bom vindo dessa galera. Na minha última ida pra Salvador, antes da Nave, dei uma chegada numa casa ao lado, onde o Messias discotecou (de Nick Drake a Pavement), e a banda que iria tocar era o Theatro de Séraphin, que conta com outro bddeus na formação, o Cesar. Ótima banda, belos sons e guitarras sempre surpreendentes. Só não fiquei até o final pois precisávamos voltar no hotel antes de ir na Nave discotecar (a propósito, eu, Maíra e Adelvan como superapocalipseoverdrive conseguimos a façanha de esvaziar a pista hahaha). Quem sabe não teremos o Theatro por aqui em Aju Rock City? Essa conexão Aracaju-Salvador precisa de um upgrade urgente. Por enquanto é esperar o disco completo do Messias. Sexta coloco esse single no Programa de Rock (Sex, 20h). Dá pra ouvir na net aqui. Mas pra fazer o download da música, é só seguir o nosso seminarista favorito:
http://www.messias.art.br/

Lily Pond, Parte II

E ae. No post passado chamei aquele exemplo de "escala diatônica". Segue uma explicação para quem nunca estudou na vida: a escala de dó maior é uma escala que só contém notas "naturais", a saber: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si. E quais seriam as notas "não-naturais"? Quaisquer dessas, com alguma alteração (sustenido ou bemol). Pois bem, o intervalo entre as notas naturais vai ser o modelo para qualquer escala maior, por isso ela pode ser designada como 'a' escala diatônica. O esquema intervalar é o seguinte: tom-tom-semitom-tom-tom-tom-semitom. Um tom no contrabaixo corresponde a duas casas, um semitom a uma casa. Os semitons na escala diatônica encontram-se entre as notas Mi e Fá, e entre o Si e o Dó (oitava nota, repetição da primeira). Ou seja, podemos dizer que os semitons em qualquer escala maior devem aparecer entre os graus III e IV, e entre o VII grau e a oitava. Todos os outros intervalos serão de um tom.
Voltando ao Lily Pond, lembremos como escrevi a escala diatônica:
\relative { c d e f g a b c }
As letrinhas entre as chaves correspondem às cifras usadas para indicar acordes. É dessa forma que escrevemos as alturas (notas) no LP. Já as figuras rítmicas escrevemos com números, da seguinte forma: semibreve - 1; mínima - 2; semínima - 4; colcheia - 8; semicolcheia - 16; fusa - 32; semifusa - 64. Ou seja, sem novidades, esses são os valores proporcionais que já servem pra manipularmos a duração das notas musicais. Mas por que no exemplo não apareceu nenhum número? É que algumas coisas são automáticas pro LP, se não indicarmos nada diferente, ele já escreve as notas em semínimas, na clave de sol e no compasso 4/4 (aquele 'C' após a clave). Mas tudo isso pode ser modificado, é claro. Vamos começar abolindo a Clave de Sol, e adotando a Clave de Fá, afinal isso aqui é o blog de um baixista! ;) A diferença das duas claves é de tessitura, como diferentes registros de voz, basta comparar um soprano a um baixo, a idéia é a mesma. No piano é fácil visualizar: escreve-se para a mão esquerda em clave de fá, e a mão direita na de sol.
Posto isso, vamos criar a escala de Sol Maior. O 'sol' que será a tônica dessa escala vai ser aquele da terceira casa na quarta corda do baixo. Pra soar grave daquele jeito, precisamos da clave de fá, e escrevemos o sol na primeira linha do pentagrama. Seguindo aquele esquema da escala diatônica (t-t-st-t-t-t-st), faz-se necessária uma alteração! O sétimo grau (Fá) natural não fecha o último tom nem o próximo semitom (mi-fá é um semitom e fá-sol um tom). Mas se acrescentarmos um sustenido (#), caracterizamos a escala maior. A escala seria escrita assim:

\relative c
{
\clef bass
\time 2/2
g2 a b c d e fis g
}

O 'relative c' refere-se ao registro da primeira nota. Por hora, basta saber que se não pusermos isso, o sol escrito seria mais agudo do que aquele da terceira casa, quarta corda no baixo. 'Clef' é o termo em inglês para clave. 'Clef bass' então é a clave de Fá (lembrando que se não colocarmos isso a clave de Sol é automática. 'Time' refere-se à fórmula de compasso; se não indicarmos nada o compasso automático é o 4/4. Nesse exemplo usei um 2/2, só pra variar. Na partitura isso será representado por um 'C' cortado no meio. O número dois após o 'g' refere-se à figura rítmica (mínima). Percebam que se não preciso mudar a figura, o padrão fica sendo o último número escrito. Agora é só copiar, colar no bloco de notas, salvar (extensão ".ly"!!!), clicar em cima, gerar o ".pdf" e abri-lo pra visualizar a escala de sol maior na clave de fá.
Ah, já ia esquecendo: o fá sustenido foi escrito como 'fis'. Então qualquer nota alterada com sustenidos vai ter esse sufixo -is. Os bemóis serão -es. Parece complicado? Ainda estamos no básico, criem suas próprias escalas pra testar os resultados. Sugestões são bem-vindas.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Ooooo Lily Pond

Lily Pond é o nome de um "freeware" para notação musical. Se você é músico e já escreve em outros programas (Finale, Sibelius, Encore...), essa é uma alternativa gratuita e na minha modesta opinião extremamente simples e eficaz. Se você é músico e não sabe uma linha de partitura, aprender a mexer no Lily Pond pode ajudar como introdução a esse universo, que costuma ser visto como 'sacal', talvez pela forma que é ensinada pelos conservatórios mundo afora, mas que não passa de mais uma ferramenta pro músico, e como tal não deve ser ignorada. Aprender o básico já pode ajudar em várias situações musicais (escrever uma frase pra memorizar, trocar idéias com um professor via internet, etc.), daí a ser um expert depende da vontade e necessidade de cada indivíduo. O que quero dizer é: não é preciso ler música pra tocar bem, isso é fato. Mas há toda uma literatura de métodos, songbooks e video-aulas (e seus encartes) que pode ser melhor aproveitada se a gente tiver uma noçãozinha ou outra. É com isso em mente que vou tentar fazer um passo-a-passo de como usar o Lily Pond, aliando isso a uma geral em teoria musical para iniciantes.
Para uma aprofundada no programa, recomendo os links dessa página do Prof. Dr. Hugo Ribeiro, divulgador do Lily Pond e prof. efetivo do curso de Licenciatura em Música da Federal de Sergipe. Tá tudo lá, não dá pra reclamar. O barato desses programas livres é justamente essa democratização do conhecimento. No site do programa é possível mandar e-mail pra galera que atualiza o software, participar de lista de discussão pra tirar dúvidas... é um conhecimento em eterna construção, onde o próprio usuário que se apropriar das ferramentas poderá criar seus comandos e sugerir mudanças pra melhor. Mas por aqui, fiquemos no básico!
Bem, para escrever a escala acima, usei um único programinha que todo computador vagabundo tem: o bloco de notas! É isso mesmo, aqueles arquivos de 1kb que a gente salva em .txt podem ser úteis pra criarmos música. Pra postar a imagem aqui no blog usei o Power Point (eu sei, provavelmente deve haver algum caminho mais fácil). Mas em geral, só vou precisar de duas ferramentas pros próximos exemplos (já adiantando que não vou mais fazer essa 'prezepada' de converter pra imagem): o Bloco de Notas e o Adobe. Perae, mas e o Lily Pond? Lá vai uma explicação de um leigo em informática, me perdoem os entendidos: o LP difere de um Finale, por exemplo, por não ter interface. Não é um programa que a gente abre e vai manipulando a partitura, com cada figura correspondendo a algum atalho do teclado. Música no LP é escrita em códigos que são convertidos para .pdf (por isso o Adobe). A vantagem disso é poder mandar via e-mail uma partitura de, digamos, 2kb, quando convertido para .pdf ela iria pra 134kb! Isso é um exemplo de uma página escrita. Uma part maior poderia ter 251 kb em .pdf, e mandando pra alguém que tenha o LP instalado, o arquivo não passaria de 5kb. Uma mão na roda pra quem não quer perder tempo discutindo arranjos no ensaio, já podendo chegar lá com tudo pronto pra descer a mão. Há, importante mencionar: claro que não salvamos os arquivos do Bloco de Notas em .txt! Pra ser um arquivo LP ele deverá ser salvo com a extensão .ly. Salvo o arquivo, um simples 'enter' aciona o programa que converte os códigos para notas musicais em .pdf. E, se há alguma outra vantagem nisso, esteticamente acho que o resultado é bem satisfatório. Não curto muito o visual de programas como o Encore. A partitura gerada pelo LP parece feita pelo melhor dos copistas que já existiram, e o programa automaticamente arruma os compassos de maneira lógica, por exemplo, o começo de uma nova seção provavelmente já vai aparecer alinhado à esquerda, não é algo que você precisaria se preocupar em mexer após escrever. Esse e outros detalhes (como poder copiar e colar trechos repetitivos durante a partitura) fazem valer a pena o aprendizado.
Segue o passo-a-passo...
Download do programa aqui.
Após instalação, abra o Bloco de Notas e cole o seguinte código:
\relative { c d e f g a b c }
Salve como ".ly". Clique 'enter' em cima do novo arquivo... O Adobe deverá criar um arquivo automaticamente na mesma pasta que se encontra o que foi salvo. Abrindo-o normalmente, você verá o .pdf com a escala diatônica. Se qualquer alteração no arquivo LP for feita, para visualizarmos a mudança no .pdf, é necessário fechar o Adobe (ou só o arquivo), salvar a alteração do '.ly', e repetir o processo.